É tudo culpa do Cinema
Eu lhe confesso, o cinema destruiu tudo
Virei um cético beirando a infelicidade de viver em dois mundos
Não sei mais definir o que é realidade e o que é ficção
As lágrimas que saem parecem um gênero
E todas as cenas de amor e de drama parecem tão reais que viram filme
Escuto música, sons que não existem
E de repente eu não percebo, os melhores momentos são passado
O medo está tão forte, tão evidente, tão covarde
O ponto de virada chegou e eu queria apenas apertar alguma coisa parecida com um pause
Recomeçar tudo novamente, regravar, reescrever, reviver
Mas não adianta, por que nem tudo que é ficção é realidade
E minhas palavras não me consolam mais, pois confesso que sou o pior roteirista que poderia arranjar para escrever minha própria vida
Reconhecer os erros nunca foi uma opção para um herói
Nem os inimigos que criei para ficarem numa historia que nunca vai acabar,
Assim como os amigos que perdi para salvarem outros mundos que não meus
E amores que cativei e que deixarei sem nunca poder ter final feliz
Queria que a sessão de cinema fosse infinita
Pois a lenda virou real e eu virei personagem de mim mesmo
Não consigo lágrimas, não consigo o real
Eu só quero a mentira, eu quero a mentira
A mentira mais linda de todas, a maior das ilusões, com música, com final, com poesia e com emoção, com metáfora, final feliz e com créditos no fim
Quero cinema dentro de mim
Quero cinema dentro de mim da forma mais brega e simples,
Eu definitivamente não sei mais o que é real e o que é filme
Não adianta escrever na pele, nem desenhos estúpidos,
E nem falsos roteiros com falsos fins e verdadeiras justificativas
Porque toda essa dúvida e dor vai ficar dentro de mim, só pra mim; sem expectador e sem público
É chegada a hora, de fazer filmes, filmes de verdade
É chegada a hora de saber qual o meu papel
Toda essa dor de recomeçar a viver, tão longe, tão distante.
Vou embora sem saber se o que deixei foi filme ou vida.
É tudo culpa do Cinema
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