Depressão (e Arte Moderna)

É um termo chique. É tristeza burguesa;
Estava a comentar sobre isso essa semana com minha mãe e Daniela. Todo artista acaba passando por esse momento, não por fome, não por morte ou por sede, é uma tristeza existencial, talvez filosófica, talvez intelectual.

O fato é que o artista, aquele que pode ser aqui, como neste caso - vamos lá; cineasta (s), acabam por esse viés porque descobrem que não podem mudar o mundo.
*apêd.1

Porque descobrem que são inúteis. Porque descobrem que neste mundo falar ou ser escutado, tanto faz, pois cada vez mais é uma tarefa penosa. São tantas verdades para poucas mentiras. São demasiados personagens para poucos heróis, valores que se repetem e morais que se diluem como açúcar num copo de água.

Também há aqueles que não são compreendidos, seja pelo discurso que fez um dia, pelo que almeja fazer ou pelo qual não conseguem fazer.

Há ainda falta de esperança, principalmente para aquele que não vê futuro que viabilize a manutenção de seu sustento; de seu hobby; de seu talento;

O reconhecimento tardio da falta de talento, a preguiça, a falta de atitude, a ignorância em perceber o mundo com olhos diferentes, a luta com o tempo, a falta de parceiros e de amigos, a falta de pulso para começar a mudar a história de sua própria vida.

Eu acredito também, no geral, que hoje, todos os artistas choram - todos eles.
Parece que o fim está chegando.
E algums sabem.
E os que sabem disso, não desistem.
Vem tambem do artista; este sonho brega e eterno que parece não terminar nunca.
Mudar o mundo. Mudar o homem.


*apêd.1
O mundo não quer ser mudado.
E quem disse que precisa ser mudado?